Estrutura da defesa do Trabalho de Conclusão de Curso (TCC)

DSC_00211Prof. Dr. Luciano Miranda

Estrutura da defesa do TCC:

  1. Saudar a banca e a plateia. Apresentar o tema ou assunto específico da pesquisa, com os referenciais teóricos e empíricos, descrevendo resumidamente o problema que estimulou a sua realização e a justificativa do porquê da importância do trabalho (± 5 min).
  2. Relacionar brevemente as dúvidas/questões que buscou elucidar e/ou os objetivos a serem atingidos, bem como as hipóteses norteadoras do trabalho, se for o caso, que foram confirmadas ou não (± 3 min).
  3. Descrever brevemente os recursos metodológicos e muito sucintamente o conteúdo desenvolvido em cada capítulo (± 3 min).
  4. Apresentar as considerações finais, em que se faz uma síntese/apanhado geral do trabalho, avaliando como ele foi importante para você (no sentido de um crescimento/aperfeiçoamento acadêmico) e como contribuição para o desenvolvimento da pesquisa em comunicação (± 4 min).

Comentários

Esta estrutura tem dado certo para os meus orientandos, mas não significa que seja rígida.

Existem trabalhos fracos, que acabam recebendo boa avaliação por causa da defesa, e o contrário, excelentes TCC que tiveram defesas problemáticas que prejudicaram a avaliação final.

A insegurança é algo normal, mas é preciso controlar, na medida do possível a ansiedade: existem desde técnicas respiratórias para tanto até medicamentos que os médicos receitam para controlar os efeitos orgânicos da ansiedade somente para a hora da banca.

Não obstante, melhor do que qualquer coisa é o domínio sobre o trabalho realizado. Portanto, releiam o texto, procurando verificar os pontos altos, que podem ser valorizados, e os fracos, para os quais vocês já devem preparar bons e consistentes argumentos para rebater eventuais críticas da banca.

Neste sentido, tenho dois comentários a fazer, procurando dirimir algumas dúvidas que vocês me enviaram:

  1. nunca sabemos ao certo quais e que tipo de perguntas a banca vai fazer (pode sair qualquer coisa);
  2. respondam à banca com muita convicção, sem vacilos, mesmo que a banca pegue vocês de jeito em um ponto mais frágil do trabalho (daí a importância de detectar antecipadamente as fraquezas, e desenvolver de antemão clareza de ideias para a defesa com convicção).

Outra dúvida que me encaminharam: a projeção de slides. Esta é uma “faca de dois gumes”. Explico: nos trabalhos sérios, não se costuma utilizar recursos de Power Point, etc. Na UFRGS, na graduação, p. ex., não se usa. E não se vê, muito menos, em pós.

Meus orientandos, na maioria das vezes, não usaram, e quase todos passaram com 10. Na minha opinião, Power Point mais atrapalha do que ajuda. Em geral, as pessoas perdem um tempo precioso, que é curtíssimo, para mexerem no equipamento, perdendo o foco no fundamental que é o desenvolvimento do trabalho. Caso optem por isso, assegurem-se de testar tudo, antes da defesa, para ver se tudo está funcionando direitinho. Com efeito, falei que é uma “faca de dois gumes” porque eventualmente alguém pode defender sem o recurso de projeção, seguindo a minha preferência, e na hora da banca seus membros reclamarem que não houve esse recurso. Isso porque, como disse, nunca se sabe o que vem da cabeça dos membros da banca, e porque se criou uma “cultura”, ao meu ver equivocada, da necessidade de utilizar-se de tais recursos. No caso do ano passado, as bancas tiveram a sensibilidade de avaliar o conteúdo dos meus orientandos, não se importando com a ausência de “perfumarias”. No entanto, tal pode não ocorrer. Portanto, a decisão é de vocês, assim como tudo relativo ao conteúdo desta mensagem.

Abaixo, acrescento dicas que, em alguns aspectos, como no que diz respeito ao parágrafo acima, vão totalmente contra minhas posições. Servem como parâmetro para que tomem suas decisões.

Dicas para apresentação do TCC na banca

  1. Evite Gírias/ cuide o vocabulário
  2. Seja objetivo e conciso
  3. Olhe nos olhos da banca e da plateia. Demonstre segurança (se estiver com medo, olhe para a testa ou para cabeça que o efeito é o mesmo…)
  4. Faça pequenas pausas entre os assuntos.
  5. Seja profissional/ a apresentação deve ser de igual para igual, com humildade, sem arrogância.
  6. Não “compre briga” com a banca.
  7. Demonstre energia, vontade e não seja indiferente, apático.
  8. Vista-se de acordo com a ocasião, apresente-se como o profissional que você é ou que gostaria de ser. Não esqueça: não é um dia qualquer.
  9. Flexione a voz, não mantenha um tom constante, crie contrastes.
  10. Defenda seu trabalho com convicção: não use “eu acho”, substitua por “eu acredito”, etc.
  11. Descanse e durma bem a noite anterior.
  12. Deixe um relógio na mesa para não precisar ficar olhando para o pulso toda hora.
  13. Se você usa óculos de grau eventualmente, esse é o dia de usá-lo.
  14. Se possível, utilize recursos visuais (conte apenas com o retroprojetor…)
  15. Visite a sua sala antes da apresentação. Ambiente-se com o espaço. Visualize-se apresentando.
  16. Segure uma caneta na mão. Assim você não corre riscos de fazer gestos obscenos.
  17. Se houver oportunidade, movimente-se. Demonstra segurança em relação a apresentação e domínio do tema.
  18. Não peça desculpas. Ignore os erros. Siga adiante. Você deve retificar apenas se o erro for de “conteúdo”, não “de apresentação” (esquecer palavras, branco, etc.)
  19. O que está em jogo é a sua segurança em relação a sua escolha e a execução do seu trabalho. Seja firme. Defenda com vontade as suas escolhas.
  20. Use o seu orientador como álibi. Se você não souber responder alguma questão. Diga que “nós” optamos por seguir essa linha… ou “conforme o meu orientador”… (nesse dia o seu orientador não irá intervir na sua apresentação.)
  21. A melhor maneira de preparar, é ler o conteúdo umas vinte vezes e depois apresenta-lo na frente do espelho mais umas vinte vezes.
  22. Nada substitui o treino. Depois da quinta “tentativa” de apresentação, você começa a ligar o “automático” e a apresentação flui sem maiores esforços. As demais são para ajustes.

Boa sorte!

About José Antonio Meira da Rocha

Jornalista, professor de Planejamento Gráfico e Mídias Digitais da Universidade Federal de Santa Maria, campus da cidade de Frederico Westphalen, Rio Grande do Sul, Brasil. Doutorando em Design na UFRGS, Porto Alegre, Brasil, 2014.