Quando olhamos uma imagem visual estática, na verdade não há “estática”, mas uma ação dinâmica, o movimento dos olhos pela obra. Nós não enxergamos a obra como um todo, mas como uma sequência de detalhes colhidos pelos olhos ao longo de um intrincado caminho.
A imagem ao lado mostra o movimento da linguagem visual. É um estudo de Alfred Yarbus sobre a maneira como observadores olham para uma obra visual. Yarbus descobriu que o caminho da visão depende não só da disposição dos objetos visualizados, mas também das “tarefas” às quais se dedica o observador. Foi citado em PLAZA, Julio. Videografia em videotexto. São Paulo : Hucitec, 1986. No caso, foi usado o quadro “Retorno inesperado“, de Ilya Repin. A imagem é em formato GIF animado feito a partir da sobreposição do quadro e do caminho percorrido pelo olhar de observadores, em quatro dias seguidos.
Eu escaneei os rabiscos feitos pelo movimento dos olhos, e sobrepus à imagem do quadro. Repare como os olhos passam mais em pontos-chave como rostos de pessoas.
Na internet, achei uma cópia escaneada do estudo de Yarbus e coloco aqui: