Corrupção: e na Suíça, não vai nada?

O fajutíssimo “Índice da Percepção da Corrupção” da Transparência Internacional mostra que a Suíça subiu da 8ª posição para a 5ª posição de país mais íntegro do mundo, na opinião de seus habitantes.

Quer dizer: corrupto é o país do Maluf, que bota o dinheiro em bancos suíços, mas não o país dos banqueiros que praticam receptação de dinheiro roubado?

Muito íntegra mesma a Suíça, país que:

  1. fabricou armamento para os nazistas, em lugar que não podia ser bombardeado porque era “país neutro”;
  2. recebeu dinheiro de judeus no pré-guerra e não devolveu aos sobreviventes ou aos mortos;
  3. recebeu ouro de dentes de prisioneiros mortos em campos de concentração;
  4. ajudou na fuga de criminosos nazistas;
  5. e até hoje recebe dinheiro da corrupção de malufs do mundo todo, através de contas numeradas.

Os suíços e a Transparência Internacional acham que corrupto é só quem rouba, não quem recepta dinheiro da corrupção.

Lembro, então, que esse índice fajuto da PERCEPÇÃO da corrupção já provocou a cisão da Transperência Brasil e de sua congênere internacional. A organização brasileira achou muito falha a metodologia usada pela Transparência Internacional.

Na prática, é um instrumento de humilhação do Terceiro Mundo ante os civilizadíssimos países do Norte. Não casualmente, são os do Norte que mantêm paraísos fiscais para onde vai todo o butim mundial.

About José Antonio Meira da Rocha

Jornalista, professor das áreas de Editoração e de Mídias Digitais na Universidade Federal de Santa Maria, campus cidade de Frederico Westphalen, Rio Grande do Sul, Brasil. Doutor em Design pelo Programa de Pós-Graduação em Design (PGDesign)/Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Porto Alegre, Brasil, 2023. Mestre em Mídias pela UNISINOS, São Leopoldo, RS, Brasil, 2003. Especialista em Informática na Educação, Unisinos, 1976.