Vamos por os pingos nos is: Jornalismo é uma coisa. Imprensa é outra.
Imprensa foi inventada pelo Gutemberg em 1440-e-poucos para ganhar dinheiro. É um aparato industrial (na verdade, um dos primeiros objetos feitos em série pelo homem).
Jornalismo (relatos do cotidiano) existe talvez desde os primórdios da civilização.
Os dois só foram se encontrar muito tempo depois de inventada a imprensa. A partir daí, jornalismo foi feito para ganhar dinheiro ou obter poder político.
Quando um empresário fala de imprensa, está falando em um negócio que tem que faturar. Quando alguém — geralmente de esquerda, mas nem sempre — fala de imprensa, está falando de poder político.
Nenhum dos dois motivos é mais nobre ou mais condenável do que o outro. Mas quando um empresário fala em liberdade de imprensa, está sendo hipócrita, porque o que interessa a ele é ganhar dinheiro. E quando alguém de esquerda fala em liberdade de imprensa, está sendo hipócrita porque o que interessa à inteligência da classe média (que está ascendendo ao poder) é ser califa no lugar do califa, e para isto precisa fazer com que suas idéias sejam idéias da maioria da sociedade. O que Marilena Chauí descreve como ideologia. Para isso precisa combater a classe anterior. Coisa que eu, como classe média, concordo, diga-se de passagem.
Meira,
o jornalismo e a imprensa parecem uma coisa só. O sensacionalismo tomou conta. Qto mais chamar a atenção do consumidor, mas chances tem de vender, de escutar a estação do rádio novamente, de assitir ao canal da tv, etc. Esta “baixaria sensacionalista” que os meios de comunicação querem nos vender acabam colocando todos no mesmo patamar. Com uma maior liberdade de imprensa a baixaria continuiria elevadíssima ou aumentaria?