Meio off-topic, meio não, meio calabresa, meio quatro queijos.
Está esquentando a briga pelo bom jornalismo deflagrada pelo Luis Nassif. O que interessa, no nosso caso, é que o ringue é a Web, onde o jornalista econômico-cultural se degladia com Reinaldo Azevedo, da tropa de choque da revista Veja. Alguns artigos bons pra entender o factóide “dossiê Dilma Rousseff” e o jornalismo de esgoto da revista Veja:
- Tapiocas e bruxarias. Post do Nassif com pistas jornalísticas sobre a montagem do suposto “dossiê” supostamente preparado por Dilma Rousseff.
- Teles-jornalismo, de Claudio Tognolli no Observatório da Imprensa, sobre como as disputa das telefônicas está envenenando a imprensa.
Para os estudantes de Jornalismo (ou ingênuos como eu), uma lição de que não se deve acreditar em tudo. Nem só o que sai na internet merece nossa total desconfiança.
Algumas dicas para montar um factóide que escandalize a classe média:
- Chame algum amontoado de dados de “dossiê”. Onde está a palavra “dossiê”, tem sacanagem.
- Sequer cite de onde teria saído a fonte do “dossiê”. Ele existe, e isto basta.
- Use fartamente o “se“. Os políticos precisarão bastantes destas frases. “Se isto for verdade, é muito grave para a República”. “Se o presidente vendeu o país para extraterrestres, deve ser exemplarmente punido”.
- Crie uma expressão terminando com “-gate“, como Dilmagate, para ligar ao escândalo Watergate. Espalhe distraidamente em cada coluna de seu veículo, mesmo que o assunto (“Fumaça em boa hora”) não tenha nada a ver com o “dossiê”.
- Diga que é escândalo, mesmo que não seja. Se for repetido bastante, acabará parecendo que é.
- Depois disso, toda a mídia preguiçosa irá atrás globalmente, “repercutindo” o “escândalo do dossiê Dilmagate”.
Desenvolvendo a maestria nestas técnicas, você estará apto a trabalhar na revista Veja, o esgoto do jornalismo brasileiro.
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