Por que não falo na Microsoft em cursos

Um aluno me pergunta porque não cito muito produtos da Microsoft em meus cursos. Praticamente não falo na Microsoft por várias razões:

  1. Ela perdeu o bonde da história. Hoje, ferramentas digitais são quase todas gratuitas ou pela Web. A MS ainda não entendeu isso.
  2. É uma empresa anti-ética, que abusa do poder econômico monopolista e tem práticas desleais de mercado.
  3. Somos um país pobre. Não recomendo a ninguém, pessoa física ou jurídica, pagar 2.300 reais por uma suíte de escritório, quando alternativas custam zero reais como o OpenOffice (BRoffice) e fazem exatamente a mesma coisa, com raríssimas excessões (algumas planilhas gigantescas, p. ex.).
  4. É uma empresa que se sustenta não pela geração de riquezas, mas sugando a riqueza de outros através de preços artificialmente elevados pelos monopólios de copyright e patentes, garantido pelo estado.
  5. Os produtos dela são reconhecidos pela falta de segurança e descuido intencional de programação.
  6. Os produtos dela são atualizados sem necessidade, obrigando o consumidor a comprar novos hardwares ou softwares para fazer as mesmas tarefas que antes.

Por outro lado, recomendo sistemas da Google por estas razões:

  1. É uma empresa ética e responsável. Tem um comitê de ética que analisa todos os lançamentos.
  2. Vive da geração de riqueza. O modelo de negócios através de anúncios funciona porque os anúncios funcionam, gerando negócios para os anunciantes. O anunciante só paga se o anúncio funcionar, permitindo maior eficiência em verbas publicitárias e diminuindo o preço de produtos ou serviços.
  3. A Google dá bastantes serviços para a rede gratuitamente, assim como a rede dá faturamento para a Google.
  4. É inovadora e criativa, e sabe valorizar novos negócios.
  5. Entendeu perfeitamente o “espírito” da rede digital.
  6. Respeita seu usuários, diferentemente do Yahoo, que “entregou” um jornalista chinês, hoje condenado a 10 anos de prisão.

Também recomendo software livre e aberto por estas razões:

  1. Evoluem mais facilmente que produtos proprietários.
  2. Permitem mudanças para se adaptarem aos interesses de cada empresa.
  3. Suas falhas de segurança são rapidamente consertadas.
  4. São gratuitos.
  5. Não geram uma economia desequilibrada e injusta, como os softwares proprietários.
  6. Trabalham com formatos abertos e públicos, como Open Document.
José Antonio Meira da Rocha

Jornalista, professor das áreas de Editoração e de Mídias Digitais na Universidade Federal de Santa Maria, campus cidade de Frederico Westphalen, Rio Grande do Sul, Brasil. Doutor em Design pelo Programa de Pós-Graduação em Design (PGDesign)/Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Porto Alegre, Brasil, 2023. Mestre em Mídias pela UNISINOS, São Leopoldo, RS, Brasil, 2003. Especialista em Informática na Educação, Unisinos, 1976.

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  • Parabéns João Meira pelo seu apoio à ex-ministra Dilma, isso mostra que você tem consciência, demonstrando ser um verdadeiro patriota e também pelo seu posicionamento em relação aos produtos da Microsoft; o novo sistema operacional desta empresa é no mínimo ridículo de tão enrolado, com a suíte de escritório até os jovens estão tendo dificuldades. Mas tem um lado bom: ajuda a migrar para outros produtos mais dinâmicos, mais inteligentes e mais práticos.

  • Sr. Meira, osu estudante de jornalismo e li uma matéria que o sr. lista as habilidades inerentes aos novos profissionais de jornalismo. E estou fazendo uma matéria para a faculdade exatamente sobre esse tema, teria como o Sr., de alguma forma, ajudar-me com essa matéria?
    Obrigado

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José Antonio Meira da Rocha

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