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Gustavo Iochpe, o economista da educação que não sabe fazer contas

Em 1995, o jovem porto-alegrense Gustavo Iochpe escreveu o livro “Como passar no vestibular da Ufrgs”, em que propunha uma abordagem gringa winner x losers para entrar na instituição mais concorrida do Rio Grande do Sul. Num país onde concorrentes em concursos se acham colegas e não concorrentes, o livro era chocante e agressivo. Gustavo tinha uma mentalidade yankee, não brasileira.

Acho que Gustavo passou na Ufrgs só pra tirar a vaga de alguém, pois se formou em Ciência Política e Administração Estratégica pela Wharton School e tem mestrado em Economia Internacional e Desenvolvimento Econômico pela Universidade Yale. Ganhou o Prêmio Jabuti 2005 com o livro A Ignorância Custa um Mundo – O Valor da Educação no Desenvolvimento do País (Editora Francis).

A julgar pelo artigo de Gustavo Iochpe na revista Veja de 2007-11-07, aparentementeele continua yankee e não tem a menor noção de Brasil. Batendo no velho mito “o Brasil é uma merda”, ele cita o teste PISA como prova de que a educação do país vai mal. Mas para um economista formado no exterior, parece que ele não fez a lição de casa direito, pois não relativiza o resultado do PISA com nosso PIB per capita ajustado pela paridade do poder de compra, que é a primeira coisa que se deve fazer para comparar países.

Repito aqui minha hipótese que venho confirmando aos poucos: o Brasil é pobre, mas tem, em várias áreas, resultados mais eficientes que os países ricos, se a gente levar em conta nosso PIB per capita.

Esses riquinhos moram alguns anos no exterior e querem que um país de 8600 dólares de PIB tenha o mesmo nível de países de 65 mil dólares. Estou começando a achar que o Prêmio Jabuti 2005 que Gustavo Iochpe ganhou foi por ser meio devagar nos números…

José Antonio Meira da Rocha

Jornalista, professor das áreas de Editoração e de Mídias Digitais na Universidade Federal de Santa Maria, campus cidade de Frederico Westphalen, Rio Grande do Sul, Brasil. Doutor em Design pelo Programa de Pós-Graduação em Design (PGDesign)/Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Porto Alegre, Brasil, 2023. Mestre em Mídias pela UNISINOS, São Leopoldo, RS, Brasil, 2003. Especialista em Informática na Educação, Unisinos, 1976.

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  • Meu caro
    Vc diz
    Repito aqui minha hipótese que venho confirmando aos poucos: o Brasil é pobre, mas tem, em várias áreas, resultados mais eficientes que os países ricos, se a gente levar em conta nosso PIB per capita.

    Os resultados eficientes são produto dos estudantes e profissionais da classe média para cima meu amigo. Ou vc acha que foram os miseráveis que produziram 'resultados eficientes ' ?

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José Antonio Meira da Rocha

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