Faça uso jornalístico do Google Earth

Um dos pré-requisitos do profissional de mídias digitais é ter cabeça aberta e espírito curioso para saber aproveitar as infinidades de novas oportunidades midiáticas que surgem a cada dia numa velocidade estonteante. Cada vez mais sistemas informáticos,
programas, formatos de dados, formas de comunicação.

Para exemplificar, seguem dois exemplos onde o Google Earth foi usado de forma jornalística:

Estas coberturas não usam modelos em 3D, mas ficariam mais interessantes com este recurso. Um modelo do barco Brasil 1 poderia ser colocado no ponto atual do barco real, por exemplo. Leigos poderiam saber mais sobre vela, conhecer as partes do barco e a função de tripulantes.

Outras situações jornalísticas onde a modelagem 3D seria de grande valia:

  1. Documentários históricos e arqueológicos, com as tumbas de Tutancamon. (Sim, fazer documentários também é uma tarefa que pode ser exercida por jornalistas).
  2. Coberturas de cultura: uma bienal poderia ter seu pavilhão em 3D com informações sobre todas as obras. Museus podem ser modelados. O MASP já está no GE. Show de música podem ter os esquemas do palco e adjacências em 3D.
  3. Cobertura de esportes: todos os estádios da Copa podem estar no Google Earth em 3D. Um rally pode ter seus veículos e seu trajeto em 3D. Uma maratona pode ser enriquecida com o trajeto e os prédios em volta modelados em 3D. As pistas e as baratinhas de Fórmula 1 ficariam ótimas em 3D.
  4. Cobertura internacional: o relato de um conflito ou guerra pode ser enriquecido com modelos de veículos bélicos. Um desastre natural pode ser mais explicado com modelos 3D (Gulf Impact – Analysis of Damage to Oil/Gas Industry from Hurricanes). Um atentado terrorista poderia ser melhor explicado, como o avião no Pentágono em 2001.
  5. Cobertura turística: este é o uso mais óbvio. Atrações turísticas em 3D existem às dezenas nos repositórios do GE e SketchUp.
  6. Cobertura de Veículos: também óbvio. Modelos de carros e motos nospátios das fábricas, uma Ferrari vermelha em Maranelo. Estradas, viadutos, dicas de direção.
  7. Cobertura econômica: A crise da Varig pode ser ilustrada com todas as suas aeronaves, bem como as aeronaves dos concorrentes. Os negócios da américa latina podem ser mais entendidos graficamente. Modelagem 3D é muito boa para ajudar na visualização de dados numéricos e estatísticos. Um brasileiro criou utilitários geradores de gráficos de barras bem interessante para o GE.
  8. Cobertura de cidade ou geral: mudanças no trânsito e obras públicassão mais explicadas em 3D. Eventos de aviação podem mostrar todos os modelos em demonstração. A notícia sobre a venda de um avião restaurado pelo Aeroclube do Rio Grande do Sul pode ser ilustrada pelo modelo da aeronave DC-3 aterrisando em Belém Novo, Rio Grande do Sul, Brasil.
  9. Cobertura política: um modelo de parlamento pode mapear o resultado de eleições. Um clique numa cadeira mostra a foto e a ficha do político, coisas deste tipo.
  10. Cobertura policial: a maquete 3D de um presídio explicaria melhor uma rebelião. Um acidente pode ser melhor visualizado espacialmente. Um plano de assalto a banco poderia ser mais detalhado para os leitores.
  11. Charge: um acontecimento político pode ser retratado jocosamente em 3D (Cheney Shooting in Google Earth)
José Antonio Meira da Rocha

Jornalista, professor das áreas de Editoração e de Mídias Digitais na Universidade Federal de Santa Maria, campus cidade de Frederico Westphalen, Rio Grande do Sul, Brasil. Doutor em Design pelo Programa de Pós-Graduação em Design (PGDesign)/Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Porto Alegre, Brasil, 2023. Mestre em Mídias pela UNISINOS, São Leopoldo, RS, Brasil, 2003. Especialista em Informática na Educação, Unisinos, 1976.

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