Mais uma vez o ranking da PERCEPÇÃO DA CORRUPÇÃO é divulgado. E mais uma vez a imprensa confunde “corrupção” com “percepção da corrupção”, como a Folha online e o Jornal Nacional da TV Globo. No dia seguinte à divulgação, todas as notícias sobre o ranking, em todas as mídias, erraram.
Para mostrar as armadilhas de tal índice, basta ver que a Suíça, um dos países mais corruptos do mundo (pois recebe o dinheiro da corrupção de todo o planeta), um país que ajudou os nazistas com armamentos e rotas de fuga, que enriqueceu com o ouro de judeus e de nazis, se acha um dos dez países mais íntegros do mundo.
Os do hemisfério norte certamente não consideram que suas multinacionais estão freqüentemente envolvidas com casos de corrupção no terceiro mundo.
Já o brasileiro adora achar que mora numa droga de país, num curioso complexo de auto-depreciação. É natural que se ache também um dos mais corruptos, embora eu não conheça pesquisas confiáveis sobre o tema.
Marcelo Soares, responsável pela organização brasileira Transparência Brasil, considera que o ranking tem problemas metodológicos sérios:
No ano passado, quando a Transparência Brasil ainda fazia parte da Transparency International, enviamos à imprensa uma nota fazendo reparos a essa metodologia. Vale a pena ler. (http://www.transparencia.org
.br/miscelanea/cpi-2006.pd)
Esse ranking da Transparência Internacional ficaria melhor com o nome de “Ranking da auto-estima”.
Saiba mais sobre a Transparência Internacional na Wikipédia.
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