Democracia direta digital

O Brasil é pioneiro e líder em democracia digital. Tá certo que é uma democracia meia-boca, em que a gente tem que votar num cara pra nos representar. A cada 730 dias. Não é uma democracia 100 por cento, mas é… deixa ver… 730 dias está para 100% assim como 1 dia está para x%. X é igual a 100 divididos por 730, que dá… 0,37%. Sim, é uma democracia 0,37%, mas é melhor que nada.

Só que precisamos mais. Precisamos de uma democracia 100%. Precisamos de uma democracia direta, em que a gente vote diariamente sobre tudo, como se votasse no paredão do bigbróder. Por telefone, por internet, por web, por email. A gente chega, escolhe os projetos em votação, vota e espera o resultado.

Isto é possível agora. Neste instante, o Brasil domina a tecnologia de votação e pode fazer muito melhor. Em cada aldeia pode haver uma urna ligada por satélite, movida a cata-vento ou energia solar, enviando a votação diária do pessoal. Os projetos Gesac e Um Computador por Aluno podem ser ampliados para que todo o Brasil seja coberto por redes sem fio, e para que todos os brasileiros possuam um laptop portátil, tão pessoal quanto carteira de identidade.

Não precisamos mais dos políticos profissionais. Já está mais do que provado que democracia representativa está obsoleta. Todos nós somos políticos, e temos que votar diretamente todos os dias sobre todos os assuntos.

About José Antonio Meira da Rocha

Jornalista, professor das áreas de Editoração e de Mídias Digitais na Universidade Federal de Santa Maria, campus cidade de Frederico Westphalen, Rio Grande do Sul, Brasil. Doutor em Design pelo Programa de Pós-Graduação em Design (PGDesign)/Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Porto Alegre, Brasil, 2023. Mestre em Mídias pela UNISINOS, São Leopoldo, RS, Brasil, 2003. Especialista em Informática na Educação, Unisinos, 1976.