Internet não tem nada de cibernético

Ou quase nada. Uma das maiores desinformações sobre cultura digital é prefixar com a partícula “ciber” qualquer coisa remotamente relacionada a computadores: Cibercultura, ciberjornalismo, cibersexo… Ora, Cibernética é a ciência da automação e controle, conforme definida por seu criador, Norbert Wiener. Envolve:

  1. sensores, que coletam informação do ambiente,
  2. comunicação das informações,
  3. processamento dos dados enviados,
  4. envio de uma ação em resposta aos dados, geralmente de autocontrole.

Cibernética tem tudo a ver com robôs ou sistemas de governo, mas pouquíssima coisa com comunicação por redes de computadores. Quase nada na internet é cibernético. Existem as regras de funcionamento de comunidades, feitas pelo grupo, como a netiqueta. Mas isso não é uma característica da rede como um todo.

Existe sócio-cibernética em netiqueta e regras de comportamento em fóruns, por exemplo. E tem uma brincadeira legal onde o processo envolvido é cibernético. É descobrir câmeras de vigilância inadvertidamente ligadas à internet, e controlá-las! Olhar para a direita, para a esquerda… No Google, procure por: “ViewerFrame?Mode=“. Você receberá centenas de links para câmeras de vigilância de um sistema da Panasonic. Tem que garimpar muitas. Só umas poucas câmeras são acessíveis…

About José Antonio Meira da Rocha

Jornalista, professor das áreas de Editoração e de Mídias Digitais na Universidade Federal de Santa Maria, campus cidade de Frederico Westphalen, Rio Grande do Sul, Brasil. Doutor em Design pelo Programa de Pós-Graduação em Design (PGDesign)/Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Porto Alegre, Brasil, 2023. Mestre em Mídias pela UNISINOS, São Leopoldo, RS, Brasil, 2003. Especialista em Informática na Educação, Unisinos, 1976.