Windows e Linux compartilham sistemas de arquivos

Cedo ou tarde, surge a necessidade de se trabalhar com vários sistemas operacionais no mesmo computador. Para resolver problemas de compatibilidade, aqui eu mostro como usar Linux e Windows XP no mesmo computador, compartilhando os sistemas de arquivo FAT32, NTFS (Windows) e EXT3 (Linux).

Partições

Primeiro, considerei os seguintes requisitos:

  1. Quero que o Linux e o Windows acessem (para leitura e gravação) os mesmos arquivos.
  2. Os diretórios comuns devem ser liberados para escrita de arquivos.
  3. Todos os sistemas de arquivos deve ser acessíveis pelo Linux e pelo Windows.

Para conseguir isto, tive que aceitar tecnologias de sistemas de arquivos menos evoluídas. É que o Linux, por segurança, não grava em partições do sistema de arquivos NTFS do Windows, apenas reconhece e lê dados. O funcionamento interno do sistema NTFS é mantido em segredo pela Microsoft. É perigoso tentar gravar numa partição NTFS a partir do Linux, porque os dados podem se corromper e estragar todo o sistema de arquivos. Então, não poderia usar a área comum formatada em NTFS, tive que usar a FAT32 do Windows 98. Há um desperdício de espaço e menor segurança de dados, mas o Linux lê e grava em partições FAT32. Recentemente, foram liberados drives para o Linux ler e gravar em partições NTFS. Testei-os sem problemas no Kurumin e Kubuntu, e pude converter as partições FAT32 para NTFS.

Algum transtorno acontece na hora que o micro tranca no Windows: o programa chkdsk demora muito para consertar dados em partições FAT32, quando se religa o computador.

Com FAT32, o Linux pode acessar os dados do Windows sem problemas. Criei algumas partições grandes para este espaço comum aos dois sistemas.

Agora, tinha que fazer partições Linux acessíveis ao Windows XP. O problema foi resolvido com os IFS Drives, programa livre que monta os drives como discos tradicionais. Você pode escolher qualquer letra de drive que estiver disponível.

Dois detalhes importantes a respeito do IFS Drive:

  1. Ele não respeita os privilégios de acesso do Linux. Os drivers montados pelo IFS Drive são totalmente abertos a modificações. Isto é um furo na segurança. Só deve ser usado em micros domésticos.
  2. Ele só trabalha com o sistema de arquivos EXT2 do Linux. Reconhece o sistema EXT3, mas não usa journaling. Tive que formatar o Linux com partições EXT3. Eu preferiria o RaiserFS, mas EXT3 também é um bom sistema de arquivos com journaling.

Journaling é um sistema que evita perda de dados se há problemas com o micro (se ele tranca e precisa ser desligado na tomada, ou se falta energia, por exemplo).

Então, o problema dos sistemas operacionais Linux e Windows XP compartilhando os mesmos recursos de disco foi resolvido com:

  1. O sistema embutido no Linux que reconhece partições FAT32 e NTFS do Windows.
  2. O programa IFS Drive que faz o Windows reconhecer partições EXT3 do Linux.

Na ilustração abaixo, o painel de controle do IFS Drive mostra todoas as partições que encontrou no meu HD. Montei e escolhi as letras das partições EXT3 Linux que deveriam ser vistas pelo Windows XP (Todas as letras da palavra “Linux” são partições Linux).

IFS Drives panel

Firefox

Montados desta maneira, os drives agora permitem que se use a mesma configuração do Mozilla Firefox, por exemplo, nos dois sistemas. Para isto, deve-se:

  1. Na paste de perfil do Firefox no Linux, criar links simbólicos para vários arquivos do perfil do Firefox no Windows.
  2. Copiar e adaptar os arquivos de configuração, porque os nomes dos arquivos são usados de forma diferente no Linux e no Windows.

About José Antonio Meira da Rocha

Jornalista, professor das áreas de Editoração e de Mídias Digitais na Universidade Federal de Santa Maria, campus cidade de Frederico Westphalen, Rio Grande do Sul, Brasil. Doutor em Design pelo Programa de Pós-Graduação em Design (PGDesign)/Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Porto Alegre, Brasil, 2023. Mestre em Mídias pela UNISINOS, São Leopoldo, RS, Brasil, 2003. Especialista em Informática na Educação, Unisinos, 1976.