Além do apego irracional e fetichista a livros de papel como suporte da escrita, os acadêmicos de todo o mundo têm outro hábito reprovável nos dias de hoje: viagens a congressos. Sejamos sinceros: só se vai a congressos pelas baladas.
Qual o objetivo dos congressos? A principal razão é trocar e debater informação científica, experiências, submeter trabalhos à crítica. Tudo isto pode ser feito MUITO melhor pelo sistema do Tim Berners-Lee. Foi para isso que ele inventou a Web. Na Web, os textos ficam indefinidamente à disposição dos pares. Um bom site Web tem sistema de comentérios e fórum, para os pares criticarem o trabalho. Tanto os trabalhos quanto as réplicas e tréplicas ficam indexadas pelos mecanismos de busca. Muito mais acessível e barato que congressos presenciais.
Olha só: um cara como eu gastaria de R$ 1500,00, no mínimo, em despesas para um recente congresso de professores de jornalismo. Com isso, eu poderia comprar um bom computador, que estou precisando. Senão, alguma instituição pagaria para mim. Alguém teria de pagar isto, e normalmente são os alunos universitários particulares que sustentam a festa com seu trabalho suado. Ou todos os brasileiros, no caso do ensino público. E o que eu faria num congresso?
- Conversaria com amigos
- Conheceria pessoas
- Exporia meus trabalhos à critica dos pares
- Criticaria o trabalho dos colegas
- Beberia nos points mais quentes da cidade
- Eventualmente, faria sexo
Respondam rápido: qual das atividades acima não poderiam ser feitas online, ficando indexadas pelo Google e expostas a milhões de pessoas por todo o globo?
Descobriu a resposta? …é por isso que as pessoas vão a congressos.
wow!
discordo radicalmente!
o prezado autor faz de sua motivação pessoal uma generalização ofensiva.
meu contra-testemunho aponta o quanto os congressos foram importantes na minha carreira, tanto como participante, como organizador de 5 congressos nacionais na minha área de conhecimento.
se aqui tem espaço para opinião, digo que os congressos são importantíssimos na vida acadêmica, e oferecem um grau de interação que a web não alcança, nem nunca vai alcançar.
sem o contato humano direto, a vida acadêmica é árida, improdutiva, portanto, estéril.
desde o início do século 20 o escritor Hermann Hesse alertava que o grande pecado do jornalismo é a mania de se escrever sobre tudo sem entender de nada…
ou seja, quase tudo que se escreve é auto-referente !!!!!
Olá, Guerra!
“Contato humano direto”? A internet é contato entre o quê? Macacos datilógrafos?
Cite objetivamente alguma coisa em que o “contato humano direto” é melhor do que a Web…
Por outro lado, como você supõe que eu escrevo sem “entender nada”? Talvez você é que tenha escrito isto sem entender minha trajetória…